70 anos do Getulinho: mesas da III Mostra Científica também foram destaques

Ainda tratando sobre o importante aniversário de 70 anos do Hospital Getulio Vargas Filho (Getulinho), em Niterói, comemorado em outubro, além das palestras em atualização em pneumonia e tuberculose no 1º dia de celebração, é importante também citar as ações da III Mostra Científica que reuniu os profissionais da unidade de saúde para troca de experiências e apresentações de trabalhos.

Na quarta (09), pela manhã, a responsável técnica do Serviço Social, Denise Melo, trouxe casos exitosos de atendimento no hospital como a situação de dois irmãos, de 3 e de 5 anos, que sofreram queimaduras nas mãos, no fogão, por uma violência cometida pela mãe.

O menino de 3 anos ficou mais grave, tendo sofrido queimaduras de 3º grau e passou por enxerto cutâneo. Após a recuperação, as crianças receberam alta e foram encaminhadas para acompanhamento da rede de saúde mental pública. A vantagem do acolhimento da família do pai neste caso, bem como o envolvimento do Conselho Tutelar em casos de violência e a preocupação com a saúde e o direito das crianças acima do desejo punitivo de julgar o(a) agressor(a), também foram temas trabalhados em uma parceria dos setores de Serviço Social, Psicologia, Nutrição e Cirurgia.

À tarde, em mediação da responsável técnica da Fisioterapia, Raísa Nachtigal, foi trabalhado um caso de uma paciente de 2 meses com tosse, coriza e engasgos e que já tinha passado por uma bronquiolite. Neste caso, foram relatadas as vantagens do uso do Cateter nasal de alto fluxo (CNAF), um método de oxigenoterapia que o hospital adquiriu recentemente e que tem ajudado em muitos tratamentos que garante grande fluxo de oxigênio aquecido. Além da Fisioterapia, a mesa contou com representantes da Psicologia, Enfermagem e Pediatra.

No dia seguinte, na quinta (10), a primeira exposição foi com a pediatra da casa, Pamella Karla, que fez um panorama sobre os casos de arboviroses (zika, dengue e chikungunya) nas crianças e adolescentes atendidos no Getulinho entre 2018 e 2021. Tendo pico de casos em 2019, a pesquisa reuniu 439 pacientes, com 106 internados. Por ser mais recente, de difícil diagnóstico clínico e afetar as articulações do corpo, a Chikungunya torna-se a arbovirose de maior atenção. O uso do PCR e da sorologia para o diagnóstico; a porcentagem das manifestações clínicas (com a febre sobressaindo); e a soltura dos mosquitos com a bactéria Wolbachia (parceria da Secretaria Municipal de Saúde e Fiocruz), que impedem outros mosquitos de conseguirem infectar a população.

Posteriormente, a Dra. Roberta Gabriela de Mattos trouxe seu estudo dos internados em pneumonia de 2000 a 2021, que demonstram, satisfatoriamente, queda dos casos, devido a melhoria da qualidade de vida (como condições de higiene e alimentação) da população e a ampliação da vacinação PVC 10. Roberta trouxe os principais agentes etiológicos para a Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e alerta para a importância dos profissionais colocarem todas as informações possíveis nos prontuários.

Fechando as apresentações, as enfermeiras Rosane Cordeiro e Camily Mesquita trataram das vantagens do uso do brinquedo terapêutico na assistência aos usuários. De forma geral, o ato de brincar da criança estimula sua capacidade intelectual, atua como atividade física e aguça a criatividade. Especificamente no tratamento hospitalar, alivia a ansiedade da experiência atípica de estar neste espaço.

Já a mesa da tarde do dia 10, foi regada de muita emoção. Ex-estagiários do Getulinho se reuniram para trocar experiências durante suas vivências no hospital. Funcionando também como um polo de estudo em saúde, o Getulinho tem as portas abertas para estágios e residências, e relatos emocionados com a participação do ex-diretor do hospital, Marco Aurelio Rebello. “O Getulinho é uma verdadeira escola de aprendizado e de diagnóstico diferencial”, afirmou Marco Aurelio.

Em especial, o caso do paciente Isaias foi lembrado na discussão, devido seu progresso, tendo chegado sem interagir e ter progredido muito e se tornado um verdadeiro xodó por todos do hospital, em que segue em acompanhamento ambulatorial.

Mostra itinerante e linha do tempo permanente – Além desses encontros realizados na Sala de Reunião, as equipes multiprofissionais rodaram por todo o hospital apresentando para os usuários e familiares, diversos materiais temáticos nos seguintes temas: atividades físicas, desenvolvimento motor, fotoproteção, psicologia, meio ambiente, imunidade, direitos sociais, saúde do trabalhador, saúde bucal, doenças respiratórias, puericultura e saúde alimentar. Os arquivos também ficaram disponíveis por QRCode. E como marco dessas 7 décadas de Getulinho, foi inaugurado no corredor um painel com uma linha do tempo contando a história do hospital desde 1954, com a lista de todos os seus diretores.

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