Pelo Dia Mundial do Diabetes, datado na quinta-feira (14/11), o Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, realizou uma atividade muito especial com as crianças diabéticas atendidas na unidade e a equipe multiprofissional que as acolhe. Foi a oportunidade de troca de experiências sobre o tratamento e a realização de dinâmicas recreativas que suavizaram o tema, que deve ser visto com menos tabu.
“O julgamento acontece por causa da falta de informação, limitando o que a pessoa pode comer, o que pode fazer ou fazendo comentários desagradáveis”, afirmou a endocrinologista do hospital pediátrico, Clarissa Osorio, que guiou o evento enriquecendo com informações técnicas sobre esta doença crônica. A atenção com a alimentação, na regulação do consumo de carboidratos; a importância da realização de exames como glicemia de jejum (concentração de glicose no sangue) e sobrecarga glicêmica (que mede a ingestão de glicose); e a realização de atividades físicas com monitoramento, estavam entre os assuntos abordados.
Foram compartilhadas histórias de pacientes que se encontram em constante recuperação no hospital e no uso de métodos avançados de controle glicêmico, como os casos de Maria Clara (AVC e paralisia cerebral) e do Abraão, que está internado no hospital por conta de pneumonia e que começou muito tímido nas dinâmicas mas foi se soltando durante a atividade; e o do João, que disse preferir medir a glicose com a agulha no dedo do que com modernos sensores na pele. “No início a agulha dói, mas depois a gente se acostuma”, afirmou.
A Pedagogia Hospitalar realizou dinâmicas com as crianças da unidade, como um quiz com perguntas e respostas sobre a doença; um jogo para apontarem as diferenças entre a hiperglicemia (glicose alta no sangue, causando sede, palidez e micção frequente) e a hipoglicemia (glicose abaixo do normal, o que causa fome, confusão mental e fraqueza); e qual alimento e quantidade ideal para responder tais condições quando acontecem.
Encerrando a atividade, a psicóloga da Pedagogia Hospitalar, Lauane Baroncelli, fez uma fala estimulando autoestima das crianças diagnosticadas com a doença. “Continuem seguindo em frente cada vez mais conscientes. É só se cuidar e insistir no tratamento. Parabenizo também as famílias que também estão presentes”, concluiu.
Sobre a doença – O diabetes é uma doença crônica que afeta a capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue, seja por deficiência na produção de insulina ou pela resistência à sua ação. Em crianças, o tipo mais comum é o diabetes tipo 1, uma condição autoimune em que o pâncreas deixa de produzir insulina. Essa condição traz desafios que vão além do aspecto físico, impactando também o emocional e social, devido aos constantes controle da alimentação e monitoramento da glicose. Iniciativas como esta do Getulinho demonstram que, com informação, acolhimento e apoio multiprofissional, é possível transformar o tratamento em uma jornada mais leve, permitindo que as crianças compreendam sua condição e vivam de forma saudável, plena e sem preconceitos.