O atual Secretário de Saúde do Município de Niterói, Rodrigo Alves Torres Oliveira, foi diretor executivo do Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, nos anos de 2016 a 2019. Sua administração é lembrada, até hoje, pelo excelente trabalho junto ao Instituto Ideias.IDEIAS: Como foi estar à frente desse hospital que é uma referência em unidade pediátrica para os outros municípios, que hoje ultrapassou 500 mil atendimentos, nos setores de emergência e ambulatorial?RO: Foi com muita alegria e orgulho que fiz parte dessa história. Foi todo um processo claro, é só olhar os números e ver a satisfação da população, de melhoria no atendimento, procurando atender mais e com qualidade às crianças.IDEIAS: A gente vive uma crise sanitária grave. Quais ensinamentos e medidas, que provavelmente irão se manter por um bom tempo, o senhor e sua equipe tiram desse momento?RO: A situação de pandemia é um processo de saúde-doença complexo e deve ser tratado com políticas integradas. Além da testagem em massa, a gente garantiu cesta básica para a população que necessitava; com oferta de crédito para as empresas; protegemos mais de 15 mil empregos ao longo da pandemia, porque esse processo de pandemia envolvia questões além da saúde, tinha impacto direto no isolamento social e, consequentemente, na saúde.A gente não vive, no momento atual, sem um sistema universal de saúde. E a contribuição do sistema único de saúde brasileiro, mesmo com todas as suas incompletudes e seus problemas que ainda existem, foi fundamental para a proteção da vida. Sem um sistema universal para coordenar, para garantir a proteção de um território e sua população seria impensável e nossa tragédia seria ainda maior.A última questão, e talvez a principal, é que a gente não está sozinho no mundo, nossas ações interferem nas ações do outro e da nossa comunidade. Usar máscara não é uma questão de proteção individual, é uma questão de proteção ao outro, me protegendo, protejo o outro. Vivendo bem e deixando que o outro viva bem, estamos construindo uma Niterói cada vez equitativa, equilibrada, mas principalmente mais justa socialmente.IDEIAS: Sua secretaria de saúde tem a preocupação em atender casos com sequelas pós-Covid? Como está se organizando para tratar as pessoas com esses problemas?RO: Sim. Além das estratégias para a expansão da vacinação do nosso povo, temos que continuar com as medidas de segurança, com o cumprimento dos protocolos e o monitoramento diário dos dados sobre a Covid. A gente já vem pensando de forma profunda para o atendimento das pessoas que apresentam sequelas consequentes da Covid-19. Para ofertar reabilitação de qualidade, acompanhamento por teleatendimento, com monitoramento por aplicativo de mensagem. Além de salvar vidas, a gente tem que tratar as sequelas e os processos crônicos de saúde dos pacientes de covid. A gente está tratando isso e em breve vamos anunciar um programa e uma linha de cuidado para essa população.