HMAR visita aldeia para falar de amamentação

Em Guarani, a tradução para “amamentar” é “cumbú”. E foi para falar sobre esse ato de amor e saúde, na semana mundial do incentivo ao aleitamento, que exatamente um ano depois da primeira visita feita pela equipe técnica do Hospital Maternidade de Angra dos Reis (HMAR) à aldeia Sapukai, o encontro foi repetido. Um trabalho de aproximação que está trazendo aprendizados tanto para as mães quanto para o hospital, que, ao longo desses 12 meses adotou novos protocolos para melhor acolher as mães da aldeia que dão à luz no HMAR, respeitando suas culturas e tradições.

Este ano o tema da campanha de incentivo ao aleitamento materno foi: Faça a diferença para mães e pais que trabalham e, para Patrícia Neves, diretora executiva do HMAR, trazer esse tema para a Aldeia Sapukai é uma forma de “aprender com eles toda a filosofia do amamentar e a naturalidade que essa comunidade trata o aleitamento materno e também como lida com todo o processo. Assim, nos aproximamos ainda mais das mulheres indígenas com o que temos em comum, a amamentação.”

Em um ano, 26 mulheres da aldeia foram atendidas, fizeram exames e acompanhamento de suas gestações e algumas optaram pelo parto no hospital. Entre as medidas adotadas para tornar o hospital mais acolhedor está uma dieta especial às puérperas: sem sal, carne, café, açúcar e mandioca. A entrega da placenta para a família também é um pedido que foi feito para o hospital. Na tradição Guarani, as placentas devem ser enterradas numa árvore perto da casa.

A aproximação é a forma de acabar com o medo que as mulheres da aldeia tinham do hospital, que antes representava um rompimento com seus hábitos e sua cultura e, agora, é um forte aliado na promoção de saúde.

“O trabalho de visita que está sendo feito pelo segundo ano consecutivo contribui para mostrar a importância das mulheres indígenas conhecerem a equipe, os médicos e enfermeiros que irão atendê-las em seu trabalho de parto, além de contribuir para o respeito e a compreensão da cultura indígena.”, disse Cléber dos Santos, enfermeiro da UBS Indígena Aldeia Sapukai.

Maria Cavalcante, diretora de enfermagem do HMAR, afirma que “o HMAR é a única maternidade do município e tem esta responsabilidade. Retornamos à aldeia pois percebemos que houve um salto muito positivo no relacionamento, além de uma maior aproximação das mulheres indígenas. É muito importante os profissionais visitarem a aldeia, sua cultura e costumes para quando essa mulher chegar na maternidade ela se sentir acolhida, por isso a importância desse evento, o HMAR fora dos muros.”

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