Desenvolvido em convênio pelas secretarias de Educação e Saúde de Niterói, o Programa Pedagogia Hospitalar foi um dos 10 selecionados do
Prêmio Territórios do Instituto Tomie Ohtake, em sua 7ª edição. O projeto “Inspirações para o bem viver: descolonizando o olhar” do Hospital Getulio Vargas Filho, no Fonseca, destacou-se pelo aprendizado para as crianças em atendimento na unidade de saúde em educação antirracista, antimachista e não violenta, bem como na valorização da mudança no olhar para o “outro” e no enaltecimento dos povos indígenas e afro-diaspóricos. Em vídeos produzidos pelo Tomie Ohtake e pelo Instituto Ideias é possível ter a dimensão da importância deste trabalho.
“A ideia do projeto começa quando nossa equipe interroga sobre as questões que estão efervescendo na sociedade envolvendo questões raciais, indígenas e das mulheres. Percebemos que o padrão dominante de poder tem usurpado de nós uma educação que ganhe sentido a partir do questionamento desses padrões e do enraizamento em nossa ancestralidade”, afirmou a professora coordenadora da Pedagogia Hospitalar Vivan Padial. Segundo ela, a intenção é desnaturalizar nossas próprias visões estereotipadas e genéricas sobre povos africanos, indígenas e das mulheres, buscando conhecer e valorizar seus legados materiais e imateriais.
“Sabendo que é preciso dar centralidade para essas importantes pautas, devemos promover a realização de ações pedagógicas com as crianças e toda a comunidade hospitalar para que reconheçam e valorizem as diferentes culturas e cosmovisões de mundo. Apostamos na potência do que se passa na relação com o “outro”, dentro desse território singular”, concluiu.
Sobre o Programa – A Pedagogia Hospitalar é um dispositivo fundamental para garantir a continuidade de ensinamentos para as crianças que estão em atendimento na unidade de saúde. “O Programa oferece apoio pedagógico às crianças e estudantes em situação de internação ou atendimento ambulatorial da unidade, além de proporcionar bem-estar aos pacientes e familiares”, afirmou a secretária municipal de Saúde de Niterói, Anamaria Schneider. Nessa linha, o secretário de Educação, Bira Marques, dialoga: “É emocionante ver tudo isso documentado, e mais especial ainda é saber que essas crianças, após passar por esse processo, não serão prejudicadas em sua formação”.
Em Niterói, além do Getulinho, o Hospital Universitário Antonio Pedro também realiza a estratégia, bem como o atendimento pedagógico domiciliar, em que professores ensinam nos lares daqueles que passam por tratamentos médicos de forma caseira.
O documentário realizado pelo Instituto Tomie Ohtake, de quase 5 minutos, trata da trajetória do programa dentro do Getulinho, o funcionamento das aulas, suas atividades e dinâmicas e as formas lúdicas ao transferir conhecimentos, como o uso de brinquedos e contação de histórias. Já o vídeo mais curto, realizado pelo Instituto Ideias, que administra o Getulinho, sintetiza o projeto vencedor do Prêmio Tomie Ohtake.
Prêmio – A premiação oferece para as dez estratégias pedagógicas selecionadas (em uma disputa que envolveu todo o país): modos de suporte, fortalecimento e aprofundamento de suas práticas e da formação de seus realizadores. Doação de livros diversos; bolsas de estudos para curso de graduação; desenvolvimento da horta comunitária; e aquisição de novos brinquedos para o acervo serão novas conquistas após essa vitória deste hospital referência em pediatria no Rio de Janeiro.
“Esse prêmio é uma recompensa pelo trabalho de excelência realizado pela Pedagogia Hospitalar, que dialoga com a política de humanização do Getulinho. Esse reconhecimento demonstra que estamos no caminho certo e que a intersetorialidade se soma ao cuidado integral que tanto buscamos dar às nossas crianças”, afirmou a diretora do Getulinho, Elaine López.
Confira também o vídeo da Premiação aqui: https://premioterritorios.institutotomieohtake.org.br/escolas-premiadas/